Não sei se ainda faz algum sentido
Te lembra que o dia já começa a clarear
Devagar as luzes da cidade vão morrendo
E você aí parada olhando um poste bêbado apagar
Eu chamo o cara do estacionamento
Você desata a rir da pinta neoliberal de um playboy
Te peço a gorjeta, você me passa a carteira inteira
Insinuando discretamente que bebeu demais
E as ruas vazias se despedem da noite
Você insiste em parar pra comer um hot-dog
E as ruas vazias se despedem da noite
Você insinuando discretamente estar tão só
Mas não se leva a mal
Que a solidão paira na cidade
Pertence à cidade
Não, não se leva a mal
De vez ou outra se sentir assim, se sentir assim
Imediatamente após o seu pedido
Entro no posto 24 horas pra reabastecer
Te olho enviesado pelas prateleiras, indeciso
Nada é realmente aquilo que a gente quer viver
Então eu digo, meu amor, vamos para a casa
Esquece esse vazio que essas coisas todas dão
Vamos embora pra bem longe em nosso carrinho
Só nós dois, nossa alegria e nossa escuridão
Do disco "Noite" de 1997 composta por Lobão
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