segunda-feira, 11 de julho de 2011

Paulo Leminski - Poemas

Redonda. Não, nunca vai ser redonda
Essa louca vida minha
Essa minha vida quadrada,
Quadra, quadrinha,
Não, nada,
Essa vida não vai ser minha.

Vida quebrada ao meio,
Você nunca disse a que veio



No Instante do entanto

Diga minha poesia
E esqueça-me se for capaz
Siga e depois me diga
Quem ganhou aquela briga
Entre o quanto e o tanto faz


Olinda Wischral

Pessoas deviam poder evaporar
Quando quisessem
Não deixar por aí
Lembranças pedaços carcaças
Gotas de sangue caveiras esqueletos
E esses apertos no coração
Que não me deixam dormir


Take P/Bere

Foi tudo muito súbito
Tudo muito susto
Tudo assim como a resposta
Fica quando chega a pergunta

Esse isso meio assunto
Que é quando a gente está longe
E continua junto



Esse planeta, às vezes , cansa,
Almas pretas com suas caras brancas
Suas noites de briga barba,
Sujas tardes de água mansa,
Minutos de luz e pavor

Casa cheia de doce,
Ondas tinindo de dor,
Acabou-se o que era amargo,
Pisar este planeta
Como quem esmaga uma flor



Misto de Tédio e Mistério
Meio dia / meio termo
Incerto ver nesse inverno
Medo que a noite tem
Que o dia acorde mais cedo
E seja eterno o amanhecer



Nunca sei ao certo
Se sou um menino de dúvidas
Ou um homem de fé

Certezas o vento leva
Só dúvidas continuam de pé


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